10 de maio de 2024

Phonebook: conheça o livro projetado pra fazer você parar de rolar a tela

Phonebook/Hinge

 

Em fevereiro deste ano, o site do aplicativo Hinge fez o lançamento do “Phonebook: one more hour”, um livro digital que tem o principal objetivo de fazer com que as pessoas saiam das redes sociais, parem de rolar a tela e usar a desculpa de que é “só mais uma hora” e voltem seus olhares para si, cuidando da saúde mental e aproveitando momentos com as pessoas de forma presencial.

Com experiência de leitura física, ao clicar para a próxima página, o layout do livro faz o movimento de virar as folhas e entrega um conteúdo cheio de ideias para fazer com que as pessoas larguem os smartphones.

A ideia do livro é fazer com que as pessoas parem de consumir conteúdos aleatórios, desperdiçando horas do seu dia, tirando-as da posição de usuários passivos, onde estes veem o que outras pessoas publicam na internet, mesmo que não seja nada relevante, ficando a mercê da tela do celular e colocando-os em lugar de pessoa ativa, que filtra o que quer ver e sabe o momento e período certo de estar online, usando as mídias sociais a seu favor, deixando de ser vítima do aparelho.

Em mais de cem páginas, o e-book incentiva ao leitor ter momentos de interação com as pessoas próximas, consumir algum livro clássico, como nas primeiras páginas em que a pessoa pode ler as duzentas primeiras palavras do livro “Drácula” do autor irlandês Bram Stoker ou até mesmo refletir e lembrar de alguma pessoa ao ver determinados objetos expostos nas páginas do livro.

Outro pronto interessante do livro é as dicas e passos para meditação, prática pouca usual pela geração “fast”, em que, inundados de ansiedade, precisam que tudo aconteça de forma rápida, como o caso da autora deste texto, que consumiu o livro em menos de uma hora para produzir um conteúdo válido sobre a experiência.

Nas páginas do e-book, também pode ser encontrado colagem de fotos dos memes dos gatinhos que as pessoas veem todos os dias (você, com certeza viu, pelo menos, dois destes hoje) e está relatado que quase setecentas milhões de pessoas assistem conteúdos relacionados a gatos por dia.

O livro encontra-se disponível de forma gratuita no site da empresa Hinge e embora ainda não tenha sido traduzido para o português, as pessoas que têm o mínimo de noção do inglês conseguem fazer a leitura sem muita dificuldade.

Além disso, para as pessoas que gostaram de ser incentivadas a fazer algumas atividades em “Destrua este diário”, a experiência com o Phonebook não seria diferente, considerando que o livro também fornece instruções para que determinadas coisas sejam feitas, como escrever sobre algo e refletir sobre o que responder quando perguntar a uma pessoa como ela se sente e a mesma responder que não está bem.

Hinge, muito além do site online, é um aplicativo internacional de encontros, criado por Justin McLeod através de um algoritmo vencedor de Prêmio Nobel, o objetivo é conectar as pessoas em experiências além do smartphone.

Caso o e-book seja lançado de forma física por alguma editora, você não acha que seria interessante se realmente tivesse o formato de um celular? Você deixaria seu celular por uma hora hoje e se arriscaria a fazer as atividades que o livro indicar? Ao invés de “só mais uma hora”, faça algo diferente e aproveite mais um capítulo da sua vida fora das telas.

3 de maio de 2024

Thalita Rebouças faz desabafo sobre ainda não ser mãe durante Bienal do Livro

 

@thalitareboucas

Thalita Rebouças, autora brasileira conhecida pelo sucesso da série de livros “Fala sério, mãe”, fez desabafo, durante mesa compartilhada com Tia Má e mediada por Mariana Lins, na Arena Jovem na Bienal do Livro da Bahia no dia 27 de abril, sobre como durante muitos anos as notícias que publicavam a respeito dela começavam citando seu nome e frisando “que ainda não é mãe” ou “que ainda não tem filhos”.

Ao falar sobre seu novo livro “Felicidade inegociável e outras rimas”, a autora contou que a primeira poesia que escreveu começou com “é, eu não sou mãe” e refletiu que durante muito tempo era como se houvesse um tipo de pressão por isso, como também acontecia de questionarem porque ela continuou escrevendo para adolescentes, quando ela já não era mais uma.

Rebouças também falou sobre como se sente no auge dos 49 anos, brincou sobre a menopausa e como a maturidade e o envelhecer estão sendo coisas que só aumentam seu brilho e gosto pela vida, embora haja momentos que são comuns entre todas as mulheres, o que causa identificação das leitoras. Assuntos que ela reproduziu no livro de “rimas”, livro este que foi produzido primeiro em ÁudioLivro para Amazon e tornou-se físico a pedidos da Editora Harper Collins.

A autora contou que a transição de narrativas longas para o universo da poesia não foi algo planejado e quando revelou que algumas das suas poesias escreveu enquanto estava no banheiro “fazendo o número dois”, fez que o público risse junto com ela.

Ela também alegou que o amor maduro é mais saboroso, mais saudável, considerando que crescemos totalmente influenciadas pelas comédias românticas que assistimos ou lemos e esperamos sempre o príncipe encantado, acabamos, em algum ponto crucial das nossas vidas, desiludidas por algum dos rapazes que nos apaixonamos e sofremos como toda adolescente faz.

Na conversa de uma hora durante o fim de tarde na Arena Jovem, no final de abril, a mesa mediada por Mariana Lins levantou debates sobre pressão estética que as mulheres sofrem, resistência feminina negra e relacionamentos abusivos, representados por tia Má, ovacionada em diversos momentos, e reflexões sobre a beleza e delícia de envelhecer através de Thalita, que demonstrou alegria espontânea e brilho único durante todo o debate.

26 de abril de 2024

Como Colleen Hoover se tornou a queridinha dos leitores ao escrever situações polêmicas

 

Reprodução: Pinterest/@kaysantos

“É assim que acaba” é um dos livros de maior prestígio da autora, considerado best-seller após febre nas redes sociais, principalmente no TikTok. A protagonista da história se chama Lily Bloom, uma jovem com um passado traumático envolvendo um relacionamento abusivo e assim como este livro, outros títulos de Colleen Hoover retratam pessoas envolvidas em situações difíceis e enfrentando problemas psicológicos.

O ponto é que a autora caiu nas graças de leitores ao redor do mundo escrevendo situações polêmicas com uma escrita acessível, o que permite ao leitor se conectar com as histórias e personagens. Mas, acima do modo como escreve, o apreço por Hoover se dá devido ao fato dela retratar problemas reais e personagens comuns, mesmo que estes ainda tenham traços fictícios que encantem ou despertem desprezo em quem lê.

Ao juntar esses traços do trabalho da autora com o momento em que a sociedade está há poucos anos, onde as pessoas debatem sobre seus sentimentos, procuram formas de tratar seus traumas psicológicos em terapia e falam cada vez mais sobre saúde mental e onde também está sendo compreendido e delimitado o que são abusos e violências de todos os tipos, em especial o psicológico, moral e sentimental, pode ser compreendido como ler os livros da autora torna ainda mais intimista a experiência dos leitores e o que ocasionou o “boom” do sucesso da autora.

Ao explorar situações difíceis da vida real, Collen garantiu posição de destaque no mundo da ficção contemporânea, através de histórias emocionantes e envolventes, com personagens complexos e temas que ressoam com a realidade do público.

A forma de escrever e a trajetória da autora podem ser tidas como exemplo para autores renomados e escritores iniciantes, porque aos 44 anos, a autora já publicou mais de 20 obras diferentes, vendeu mais de 25 milhões de livros e conquistou uma comunidade de quase dois milhões de seguidores somente no Instagram, tornando-se o espelho dos sonhos de autores de todos os gêneros que almejam construir uma comunidade de leitores fiéis e vender seus livros em números com mais de seis casas decimais.

Tornando-se, deste modo, inspiração para autores ao redor de todo o mundo e mostrando para todos aqueles que são escritores iniciantes ou com carreira e público sólido que a melhor forma de contar as histórias é como se fosse conosco, sem esconder as partes ruins e brutais, mas dando-lhes o devido lugar na história que construímos. Seja ela fictícia ou real.

Qual dos livros da Colleen você gosta mais? E com qual deles mais se identifica? Comente aqui embaixo e me deixe saber o que você aprendeu lendo os livros da autora.

19 de abril de 2024

Bienal do Livro Bahia 2024: a importância do evento literário em Salvador

 

Público na frente do Centro de Convenções durante Bienal do Livro da Bahia em 2022 (Reprodução: Jornal A Tarde)

Entre os dias 26 de abril e 01 de maio, a Bienal do Livro retorna a capital baiana com uma programação de mais de cem horas, autores independentes, renomados e grandes nomes editoriais através de convite ao público de todas as idades para ouvir as histórias que a Bahia conta: luta, liberdade, reconhecimento e inspiração compõem a diversidade cultural da cidade e são espelhos dos autores nacionais.

Na edição de 2022, o número de pessoas que passaram pelo Centro de Convenções ultrapassou a marca de 90 mil, receber um evento como este na cidade de Salvador é um momento que sempre deve ser celebrado, de modo especial porque torna ainda mais claro para escritores iniciantes, independentes ou aqueles que ainda estão descobrindo e entendendo seus dons pela arte da escrita como eles estão sendo vistos e reconhecidos, depois de muitos anos de exclusão.

Não é nenhuma novidade que o mercado literário foi colocado em um lugar inalcançável por muitos anos, realidade esta que está sendo modificada, devido a garra dessas pessoas que são apaixonadas pela escrita, cheias de sonhos e não se contentam em não realizá-los, porque compreenderam que o mundo é grande e há espaço suficiente para todos. Prova disso é como os autores nacionais têm ganhado maior visibilidade com o fácil acesso aos meios de comunicação, em especial as redes sociais.

A capital baiana é vista, historicamente, como um lugar de festas e algumas versões pejorativas desta, a escrita como uma forma de arte nunca foi devidamente pautada e até pouco tempo atrás era raro ouvir que algum autor ou autora de sucesso era um soteropolitano ou de cidades interioranas. Como se as pessoas dotadas por este dom tivessem sido apagadas da sociedade por tempo o suficiente para que não se sentissem à vontade para falar sobre o que eram e quais sonhos almejavam realizar.

Durante a pandemia, as pessoas começaram a ler mais, o consumo de e-books aumentou exponencialmente e com o “booom” das redes sociais, mesmo que este tenha seu lado negativo, começaram a compartilhar o que escreviam, criando assim uma comunidade em que estas pessoas demonstram as diferentes formas de fazer arte.

Em 2022, a Bienal da Bahia foi um grande evento pós-pandêmico e o número citado anteriormente mostra como as pessoas do estado estão se envolvendo cada vez mais com a literatura e o retorno do evento ao Centro de Convenções este ano tem tamanha importância para as crianças, jovens e adolescentes da cidade, porque estão se desenvolvendo e tendo oportunidade de viver e trocar experiências com pessoas de outras localidades, além de também poderem perceber que realizar seus sonhos não é algo impossível, desde que tenham determinação, foco e muita força para enfrentar os desafios, porque, ainda são muitos, mesmo com tantos avanços.

A Bienal do Livro em Salvador é como a virada de chave para muitas pessoas que consideravam impossível ir além do que foi pré-determinado para a vida delas e ainda mais para autores nacionais, iniciantes ou não, que podem encontrar formas de publicar seus livros e terem um lugar onde conversar com leitores e autografá-los, coisas estas que eram inimagináveis até alguns anos atrás.